quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

BREVE HISTÓRICO DA AYAHUASCA

Ayahuasca é uma bebida de origem indígena, preparada a partir da união de duas espécies vegetais nativa da floresta Amazônica: o cipó (Banisteriopsis caapi) conhecido como Mariri ou Jagube, e a folha (Psichotria viridis) conhecida como Chacrona ou Rainha, que resulta em uma substância com poder de elevar as esferas espirituais do ser humano, uma das formas nas quais os homens penetram no mundo dos espíritos e na profundidade de seu próprio ser.

A origem da ayahuasca remonta a Pré-história, porém não se sabe, precisamente, quando a prática da bebida teve inicio. Segundo dados de estudiosos há evidências arqueológicas através de potes e desenhos que levam a crer que o uso de plantas de poder e contato com o mundo divino tenham ocorrido desde 2.000 a.C.

Embora na América do Sul haja o consumo da ayahuasca por parte de diversas tribos indígenas, foi somente no Brasil, em especial no Estado do Acre, que se desenvolveu o uso religioso por comunidades não indígenas, e a partir destas religiões, o uso ritualístico da bebida vem entrando em contato com diversas culturas e expandindo-se no Brasil e no mundo. No Brasil a ayahuasca ficou denominada religiosamente como Santo Daime ou Vegetal, dando origem a três vertentes de segmentos espirituais conhecidas como: O Império Juramidam, a Barquinha e a União Do Vegetal - UDV.

O precursor da religião doutrinaria do Santo Daime foi Raimundo Irineu Serra, maranhense de São Vicente de Ferre, que chegou ao Acre, em 1912, integrado ao movimento migratório de nordestinos que buscavam ganhar a vida na extração do látex. Trabalhando na floresta amazônica, Irineu fez contato com grupos indígenas brasileiros e peruanos; conheceu a ayahuasca num seringal próximo ao Peru com Antonio Costa, seu conterrâneo, que lhe falou de uns caboclos que bebiam a ayahuasca. Então, juntou-se ao grupo decidido provar da bebida.

Segundo depoimentos históricos, a iniciação de Irineu nos mistérios da ayahuasca deu-se sob orientação da Nossa Senhora da Conceição, agraciando-o com os fundamentos da doutrina, entregando-lhe o ritual dos trabalhos espirituais do Santo Daime e os hinos, que em seu conjunto formaram o hinário do Cruzeiro, concedendo-lhe assim o título de Chefe-Império Juramidam. Esse período de desenvolvimento de Irineu durou de 1935 a 1940. Simbolicamente Juramidam significa Jura é o Pai, Midam é o Filho, nome que as entidades divinas deram ao iniciador da doutrina. O Povo de Juramidam é a irmandade daimista renovada na mensagem do Cristo para os tempos atuais. Mestre Irineu faleceu em 06 de julho de 1971.

A Barquinha fundada, em 1945, por Daniel Pereira de Mattos, é a mais eclética das três vertentes, pois, sua maior influência vem da umbanda, com forte marca do catolicismo, cultura nordestina e amazônica. Daniel nasceu no Maranhão, amigo e conterrâneo de Irineu, chegou ao Acre, em 1940, como segundo Sargento da Marinha. Seu contato com a ayahuasca foi por meio do Mestre Irineu, com quem passou freqüentando os trabalhos espirituais cerca de um ano. Porém, em uma de suas experiências com a ayahuasca recebeu instruções para criar sua própria doutrina. Trabalhou 12 anos na espiritualidade, deixando sua missão fundamentada dentro dos mistérios do céu, terra e mar. Mestre Daniel faleceu em 08 de setembro de 1958.


A União do Vegetal – UDV foi fundada por José Gabriel da Costa, baiano, que migrou para o norte brasileiro, em 1943, para trabalhar nos seringais da região do estado de Rondônia. Ouviu falar da ayahuasca pela primeira vez, em 1959, quando se mudou para a região da Vila Plácido de Castro, próximo a Rio Branco, mas foi no Seringal Guarapari na região da fronteira boliviana com o Acre que José Gabriel bebeu pela primeira vez a ayahuasca, através de amigos seringueiros; denominou a bebida de Vegetal e em 1961 fundou o Centro Espírita Beneficente União do Vegetal, em 1965 consolida seu Centro na cidade de Porto Velho. Em 31 de outubro de 1982 a Sede da UDV é transferida para Brasília – DF, com filiais em vários estados brasileiros. Mestre Gabriel faleceu em 24 de setembro de 1971.


Outros segmentos da ayahuasca surgiram por meio da vertente do Santo Daime, a exemplo do Centro Fluente Luz Universal Raimundo Irineu Serra – CEFLURIS, fundado em 1974 por Sebastião Mota de Melo, amazonense da cidade de Eurinepé, localizada as margens do rio Juruá. Padrinho Sebastião, como ficou conhecido, encontrou-se com o Daime por meio do Mestre Irineu, em 1965; através da bebida recebeu a cura de uma doença que o assolava, desde então, passou a seguir os passos do Mestre.

Sebastião Mota foi autorizado por Irineu Serra a fazer o feitio do Santo Daime e realizar trabalhos espirituais em sua residência na Colônia 5.000, depois do falecimento do Mestre afastou-se totalmente do Centro de Iluminação Cristã Luz Universal - CICLU, fundado por Irineu. O CEFLURIS é o responsável pela difusão do Daime no Brasil e no mundo. Sebastião Mota faleceu em 20 de janeiro de 1990, deixando varias filiais do CEFLURIS espalhada por diversos estados brasileiros e também no estrangeiro.




AYAHUASCA NÃO É DROGA!

Em decorrência do preconceito por parte de setores conservadores da sociedade, em 1985 o governo brasileiro acrescentou a ayahuasca na lista de substâncias controladas pela Divisão Nacional de Vigilância Sanitária de Medicamentos – DIMED. A União do Vegetal se manifestou, em união a outros grupos, solicitando a revisão desse parecer ao Conselho Federal de Entorpecentes do Ministério da Justiça – CONFEN. A pesquisa foi realizada por uma comissão interdisciplinar composta por juristas, psiquiatras, psicólogos, sociólogos e antropólogos, que analisaram o contexto de seu uso nas comunidades usuárias da ayahuasca.

O parecer da pesquisa foi submetido à plenária, em 31 de janeiro de 1986, aprovado por unanimidade a autorização para o uso da ayahuasca em contexto religioso, resultando na Resolução número 06 de 04 de fevereiro de 1986. Portanto, novos problemas surgiram, através de denuncias anônimas que afirmavam o mau uso do chá por parte de alguns segmentos.

A União do Vegetal sugere a Comissão de Saúde da Câmara dos Deputados à instalação de um novo grupo de estudo que foi formado por representante do governo, Departamento Médico e Cientifico da UDV – DEMEC entre outras Instituições. O resultado desse estudo aponta inofensivo o uso da ayahuasca em contexto religioso; em 02 de junho de 1992, o CONFEN decidiu deliberar definitivamente o uso do chá para fins religiosos.

Apesar dos resultados das pesquisas serem favoráveis, pessoas mal esclarecidas e desinformadas acreditam de maneira errônea que a ayahuasca é droga. Ao contrário, o chá tem o poder de curar diversas enfermidades, inclusive à cura no vício de drogas pesadas. Pesquisadores afirmam que um dos componentes da ayahuasca é o Dimetiltriptamina ou simplesmente DMT. Uma substância que contenha o DMT, para ser enquadrada como droga, dentro das leis científicas atuais, precisa conter ao menos 2 % de DMT. No caso da ayahuasca este percentual é 0,02 %, ou seja, 100 vezes menor que a taxa mínima necessária para que uma substância seja taxada como droga.

FONTE DE PESQUISA: LIMA, Emmanuel Gomes Correia. O Uso Ritual da Ayahuasca: da Floresta Amazônica aos Centros Urbanos. 2004. Monografia (Conclusão do curso de graduação em Geografia) Universidade de Brasília.


CÂMARAS TEMÁTICAS DAS CULTURAS AYAHUASQUEIRAS

As Câmaras Temáticas do Conselho Municipal de Políticas Culturais - CMPC, órgão gestor da cultura de Rio Branco, têm a função de discutir, de forma abrangente, as questões relativas ao segmento a que se dedicam, entre muitas outras finalidades. Disposta na Lei 1.1676, de 20 de dezembro de 2007, que cria o Sistema Municipal de Rio Branco. Nesse contexto a ayahuasca inicia uma nova fase, reconhecida e inserida como segmento da área de Patrimônio Cultural constituindo a Câmara temática das Culturas Ayahuasquerias.

Antonio Alves, jornalista e membro do Centro de Iluminação Cristã Luz Universal – CICLU, presidido por Peregrina Serra, esposa do Mestre, é também conselheiro da Câmara Temática de Culturas Ayuasqueiras, destaca que este momento para o Santo Daime é positivo; já que, houve um momento de exposição negativa estimulado pela mídia, por não compreender o que realmente é o Santo Daime e pelo mal uso de alguns segmentos.

O jornalista tem acompanhado todo o processo de estudo da ayahuasca e esclarece que desde 1996 diferentes comunidades começaram ter contatos mais freqüentes, o que possibilitou alguns diálogos em relação à cultura da ayahuasca como patrimônio cultural imaterial, daí surgiu à proposta de transferir os estudos realizados pelo Ministério da Justiça para o Ministério da Cultura; dessa forma, as entidades representativas vêem fazendo contato para tornar legitimo a ayahuasca como cultura e já está em tramite no Governo Federal, através do IPHAN a proposta de registro da ayahuasca como patrimônio cultural imaterial.

Em relação às câmaras temáticas ele ressalta: “é um reconhecimento por parte do poder publico municipal e ao mesmo tempo uma compreensão de que não é somente uma expressão cultural, mas faz parte de um patrimônio histórico e cultural. A participação das comunidades é imprescindível, pois é uma forma de dialogar com o poder, não só para reivindicar, mas para oferecer idéias. É importante esta participação de maneira efetiva na formação do Plano Municipal de Cultura, buscando registrar as atividades das comunidades, para que fiquem gravados na historia do município, possibilitando também combater o preconceito que ainda é existente da parte daqueles que não conhecem. Então, O Santo Daime está saindo de um noticiário desfavorável e entrando em um dialogo cultural”.

João Guedes, membro do Centro Espírita e Obras de Caridade Príncipe Espadarte, uma das vertentes da Barquinha que é presidido por Francisca Campos do Nascimento, também é conselheiro da Câmara Temática de Culturas Ayahuasqueiras. Para ele as reuniões das câmaras temáticas representam a democratização e o acesso aos bens culturais jamais visto no Estado do Acre.

Guedes ressalta: “estamos iniciando um processo e por isso acredito que a participação dos membros, dos diversos segmentos do Santo Daime ainda é tímida, no entanto, esta participação é muito importante. Todos têm o direito de participar efetivamente, para que nossas prioridades venham à tona e a cultura do Santo Daime não fique a margem das discussões culturais e possamos nos fortalecer definitivamente. Este é um momento muito importante para o povo do Daime, pois paralelo a estas discussões surgiu à proposta de tornar nossa cultura como patrimônio imaterial, então, todas estas discussões culturais veio a enriquecer o momento”.

Como conselheiro ele ainda destaca que uma das prioridades que deve ser abordada dentro das reuniões das câmaras temáticas é a questão ambiental; ou seja, seria necessário discutir projetos que favoreçam a manutenção, o melhoramento e preservação das espécies, ensinando técnicas de manejo e mobilizando as comunidades na expansão da folha (chacrona) e do cipó (jagube), pois, daqui a alguns anos a matéria prima que faz a ayahuasca poderá se acabar. Ele esclarece: “não poderemos preservar a cultura ayahuasqueira se não preservarmos a matéria prima”.


Revista Cultural "Outros Mozaicos da Cidade Nascente", publicada pela Fundação Municipal de Cultura Garibaldi Brasil - FGB, em 28 de dezembro de 2008. Rio Branco - Acre.

CULTURA EM EVIDÊNCIA


A área cultural no município de Rio Branco nunca esteve tão em evidência como nos últimos anos, mas este é um processo que vem se desencadeando há muito tempo. Primeiro é importante ressaltar que a capital acreana é um lugar onde a cultura, em seus diversos setores, sempre foi manifestada, seja através do teatro, música, literatura, artes plásticas entre outras expressões culturais. No entanto, a atenção e o apoio dispensado a esta área, pelos governantes, era o mínimo possível. A cultura não ficava em segundo plano, mas em último.

Há alguns anos os atores culturais vinham reivindicando, como cidadãos culturais, seus direitos perante os governos. Através da união de alguns grupos organizados, em 2005, foi dado o ponta pé inicial para uma longa jornada de discussões, reivindicações e formação de leis que beneficiasse a cultura local; em 2007, como resultado do 1º Fórum Municipal de Cultura, a Câmara Municipal de Rio Branco aprovou a Lei Nº. 1.676, de 20 de novembro de 2007, sancionada pelo prefeito Raimundo Angelim.

No Capitulo I do Sistema Municipal de Cultura – SMC – Art.1º - visa proporcionar efetivas condições para o exercício da cidadania cultural a todos os rio-branquenses, estabelece novos mecanismo de gestão pública das políticas culturais e cria instâncias de efetiva participação de todos os seguimentos sociais atuantes no meio cultural, compreendido em seu sentido mais amplo.

Este Artigo é uma excelência para o SMC, pois através dele desdobra-se o processo de atuação dos vários segmentos culturais, com a participação da sociedade rio-branquense, por meio de câmaras temáticas. Em março de 2008, a Fundação Garibaldi Brasil – FGB iniciou o processo de implantação de novos instrumentos institucionais, como Conselho Municipal de Políticas Culturais – CMPC, Cadastro Cultural do Município de Rio Branco – CCM, Fundo Municipal de Cultural – FMC, Lei Municipal de Patrimônio Cultural, para que posteriormente seja elaborado o Plano Plurianual da Cultura Municipal – PPA, inseridos no Artigo 1º do SMC.

Destaco estes fragmentos da lei com o intuito de tornar este artigo mais esclarecedor quanto ao processo que iniciei através de reuniões das câmaras temáticas, das quais sou cadastrada como conselheira nos segmentos de Arte: na área de literatura, e Patrimônio Cultural: nas áreas de jornalismo e culturas ayhuasqueiras. Entendo que estamos engatinhando dentro deste processo, até mesmo pelo fato de que a questão cultural ainda é obscura em meio a nossa sociedade; ou seja, geralmente entende de cultura quem é da área, e mesmo aqueles que desenvolvem algum tipo de cultura não têm o esclarecimento apropriado para uma atuação mais efetiva.

Observo a participação da sociedade bastante tímida e creio que isto seja uma questão de educação, falta de informação e conhecimento. Para melhor atuação de todos estão sendo realizadas as reuniões das câmaras temáticas, com a finalidade de uma maior interação dentro do processo cultural e reivindicações de prioridades; e entre outubro a novembro de 2008 foram realizadas cinco oficinas culturais nas áreas de gestão, comunicação, economia, patrimônio, e, direito e cidadania, visando o conhecimento necessário na elaboração do nosso Plano Municipal de Cultura, que deverá ser formado por nós, os cidadãos culturais.

Porém, a participação dos atores culturais ainda deixou a desejar, assim como a interação nas câmaras temáticas. Observo pouco interesse dos cidadãos, mesmo de alguns que fazem arte e trabalham com a cultura local. O que dizer deste fato? Digo eu: se não nos inteirarmos, nossas reivindicações poderão ficar de fora; isso é apenas o começo de um longo processo evolutivo, creio que a participação de todos é imprescindível. À cultura está em evidência, é hora de participar, pois a luta por nossas conquistas já começou!


Revista Cultural "Outros Mozaicos da Cidade Nascente", publicada pela Fundação Municipal de Cultura Garibaldi Brasil - FGB, em 28 de dezembro de 2008. Rio Branco - Acre.

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

As Pastorinhas e As Cirandas do Segundo Distrito



As Pastorinhas

Através de um resgate histórico, mulheres do Segundo Distrito reavivam folclore de antigamente. Trata-se de “As Pastorinhas” ou “O Pastoril” que chegou ao Acre por meio dos nordestinos, e foi nos anos 50 que este tradicional folclore se apresentou pela primeira vez em Rio Branco, precisamente no Bairro 15.


Em maio de 2006, por meio de uma reunião da Associação das Mulheres do Segundo Distrito, mesmo sem recursos para custear o figurino, as associadas resolveram sob a orientação da professora Ercília Gadelha, resgatar o folclore das Pastorinhas. Com o apoio da Fundação Garibaldi Brasil – FGB, na pessoa do historiador Marcos Vinícius, presidente da FGB, os tecidos foram comprados e a confecção das roupas realizada por costureiras colaboradoras ou associadas, além de terem conseguido uma coreógrafa voluntária.


O Pastoril é uma recriação brasileira dos autos vindos da Península Ibérica, trazidos pelos portugueses durante a colonização, descreve a viagem das pastoras à Belém da Judéia, suas canções recebem o nome de Jornadas. As Pastoras formam dois cordões, representados pelas cores Encarnada e Azul. O Cordão encarnado é liderado pela Mestra, o Azul pela Contra Mestra e a Diana, figura Central, pertence aos dois cordões. Durante a viagem à Belém, encontram diversos personagens como o anjo, a Borboleta, a Cigana e a Camponesa, que apesar de se inserirem nos cordões, não se vinculam a nenhum deles na coreografia.


Em 2007 e 2008, o grupo das Pastorinhas do Segundo Distrito que é coordenado pela professora Guajarina, foi contemplado pelos projetos da Lei de Incentivo a Cultura do Estado e do Município, por meio da Fundação Elias Mansour – FEM e Fundação Garibaldi Brasil – FGB; em outubro deste ano ganhou Prêmio Folclórico do Ministério da Cultura - MINC. Hoje o grupo é formado por aproximadamente 40 meninas entre 07 a 13 anos de idade, em sua maioria, moradoras do Bairro Seis de Agosto e elas não se apresentam somente em épocas natalinas, mas durante todo o ano em diversos eventos da cidade de Rio Branco.


Segundo a professora Guajarina o resgate prova que mesmo com o passar dos anos algumas culturas adormecem e deixam de ser vivenciadas, mas na memória social estão vivas, e embora timidamente, As Pastorinhas renascem na capital acreana, sobrevivendo a todo processo de massificação da cultura, pelo espírito de religiosidade e inocência que são a essência e as formas dessa expressão dramática.

As Cirandas

O sucesso do tradicional folclore das Pastorinhas tem chamado atenção de todos que assistem suas apresentações, dessa forma, a Fundação Garibaldi Brasil abriu inscrições na Casa de Cultura Neném Sombra, inaugurada dia 27 de outubro de 2008, localizada no Bairro 15, para que fosse formado o grupo das Pastorinhas do Bairro 15.


A novidade atraiu várias crianças do bairro, que se inscreveram para participar do novo grupo. No entanto, a professora Guajarina sugeriu, em reunião com as participantes, que no lugar de ser constituído um outro grupo das pastorinhas, fosse formado “As Cirandas de Roda”, a proposta foi aceita por unanimidade pelas novas componentes que já estão em processo de ensaios na Casa de Cultura.


A Ciranda é uma manifestação folclórica que se expressa por meio de um conjunto de cantigas de roda, muito conhecida como brincadeira infantil, mas que também é coisa de adulto, originária da Espanha e Portugal. Chegou ao Brasil no século passado e propagou-se pelos estados do Nordeste e Norte, adquirindo diferentes características, conforme os lugares por onde passou, mas sem perder o elo com suas raízes.


Uma dança contagiante, onde os cirandeiros e as cirandeiras dançam numa grande roda girando em sentido anti-horário, tendo o mestre cirandeiro, ao meio, como figura principal. De mãos dadas, os participantes mesclam passos simples com o movimento das mãos, cantando cirandas e declamando meigos versos.


A professora Guajarina ressalta: “este trabalho tem o objetivo de despertar na criança a valorização da cultura, os saberes dos nossos antepassados, através da alegria e gosto pelas brincadeiras infantis; e também, levar ao público espetáculos contagiantes e inocentes, onde jovens dançam e cantam, procurando transmitir o lado encantador que estar a habitar em cada criança. São festivos Teatros Populares cheios de ensinamentos de amor e respeito, que se apresentam através dos tempos, com modificações ou inovações, mas com a característica peculiar de músicas alegres e cheias de ternura.”

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

RIO BRANCO E SUA BELEZA NATURAL

Minha terra tem um patrimônio histórico e natural admirável. Rio Branco é dona de um monumento chamado natureza.

Rio Branco, capital do Acre, tem uma beleza especial! Uma região rodeada de verde com um rio que corta a cidade e segue seu percurso por entre as matas. Poucos quilômetros apenas são necessários para sair da cidade e contemplar a beleza de uma floreta encantadora. Matas que se destacam em uma região que pertence a Amazônia, tão viva floresta chamada o coração do mundo.

Sobre as veias desse coração correm rios e surgem cidades. Rio Branco é uma das mais jovens capitais da Amazônia, que nasceu às margens do rio Acre, no pulsar de um coração que estava sendo descoberto, com suas ricas seringueiras, que muito rendeu riquezas, não só para o Brasil, mas para o mundo.

A cidade tem uma história de lutas e conquistas. Apesar de sua transformação construída no decorrer de pouco mais que um século, Rio Branco não perdeu sua característica marcante que é a beleza natural de suas florestas. Beleza contemplada através de retratos vivos da criação divina; são admiráveis paisagens, rios, lagos, árvores de destaque, a simplicidade das porteiras de pequenas colocações rurais e o verde campo de algumas fazendas. Um retrato muito simples da região.

Sobre o rio Acre, duas antigas pontes, e uma terceira recém construída com o nome de Passarela Joaquim Macedo, somente para pedestres. A paisagem do rio é esplendida, com os poucos e pequenos barcos as suas margens.

Antigas ruas da cidade foram reformadas, porém sem nenhuma modificação em sua arquitetura de casarões portugueses e libaneses. A grande árvore chamada Gameleira, as margens do rio, tombada pelo patrimônio histórico do Estado do Acre, representa o marco zero de fundação da cidade e testemunha da Revolução Acreana, pois o Acre lutou para ser brasileiro e isto aconteceu através de uma batalha contra os bolivianos, mas isso é outra história e não há pretensão de descrevê-la neste artigo.

Outra característica bastante singular é a bandeira acreana hasteada no Calçadão onde fica a Gameleira, erguida em um céu azul, com brancas nuvens, retrato de um dia ensolarado. A população acreana tem uma herança de miscigenação de raças de negros, índios, turcos e portugueses, constituindo uma sociedade muito tradicional em sua cultura. O sentimento de ser acreano é um orgulho, principalmente, para aqueles que conhecem a história desta terra.

Entre a população encontram-se rostos marcados pelo tempo, simples, humildes e devotos, que contam histórias daquela antiga cidade, terra de seringa e de seringueiros. Os parques espalhados em meio à cidade constituem um espaço de encanto pela presença das crianças a brincar em seus embalos de balanço, seus sorrisos demonstram um sentimento de liberdade e alegria.

Para retratar Rio Branco em sua característica peculiar de seu resgate histórico e paisagem natural, em cada detalhe, seria necessário escrever um livro, pois existem histórias admiráveis e muitos lugares belos e interessantes apreciáveis, todos possuem o charme rústico de uma pequena, aconchegante, jovem e hospitaleira cidade, dona de um monumento chamado natureza.

sexta-feira, 31 de agosto de 2007

Dominio da Comunicação

Uma soma de experiências, conhecimentos e informações, em geral, são veiculados através desta grande teia virtual que é a internet. Estudiosos de comunicação afirmam que esta é a “Era da Comunicação”. A história evolui, proporcionando o acesso imediato a informação.


Em tempos de outrora, as mídias trabalhavam com muita dificuldade; porém, o entusiasmo, dedicação e amor pela comunicação era o incentivo para que a notícia fosse transmitida, seja no jornal impresso, no rádio, ou na televisão.

Não muito distante no tempo, o processo de passar a informação exigia muito do profissional da área. Em todos os campos da comunicação, passar a informação era tarefa de herói. Na atualidade, há acesso livre e veloz a informação.


É a evolução tecnológica que chegou e permanece evoluindo continuamente! Dessa forma, com toda esta estrutura tecnológica e digital de qualidade, o processo de transmitir informações ganhou aparatos para uma veiculação, é claro, de qualidade!

A Era da Comunicação trouxe como peça principal a tecnologia computadorizada, via internet, permitindo que o homem se comunique instantaneamente com mais de uma pessoa e tenha acesso imediato das informações, ao mesmo tempo!


Uma complexidade de conhecimentos, informações, notícias, entretenimentos, jogos, e conteúdos diversificados estão diariamente em acesso livre pela internet. Isto representa de certa forma, o "Domínio da Comunicação".

Porém, a analise feita de toda esta evolução, poderia ser somente positiva; mas, como no mundo tem de tudo, na internet também. Pois, esta grande teia virtual é formada por pessoas, e nem todos, são éticos!
Daí à problemática da manipulação, da má fé, da veiculação de material inadequado, e outras tantas formas de abuso que ocorrem através desta grande rede que interliga o mundo, formando uma Aldeia Global.

Em verdade, a Era da Comunicação com toda a sua evolução, não deixa de ser um perigo e um risco. É necessário trabalhar dentro de uma conscientização, para que abordagens positivas, educativas e culturais sejam veiculadas por profissionais de jornalismo, que têm uma responsabilidade ética com o público.


O momento é este, já que, a própria evolução proporciona ferramentas adequadas a este trabalho.

terça-feira, 12 de junho de 2007

CRÍTICA


Livro "O Dom Supremo"


O livro “O Dom Supremo”, intitulado originalmente como “The Greatest Thing In The World”, foi publicado pala primeira vez no ano de 1890, escrito por Henry Drummond, missionário dedicado ao ensino de Ciências Naturais, nascido em Stirling, na Grã-Bretania, em 1851. A obra trata de um sermão pronunciado por Drummond, no final do século XIX. Traduzido e adaptado em 1991 por Paulo Coelho, escritor brasileiro, por meio da Editora Rocco, RJ.

O livro traduzido em diversas línguas, com mais de cinco milhões de exemplares vendidos em todo o mundo, é considerado junto com “Imitação de Cristo”, de Kempis, e “Confissões”, de Santo Agostinho como um dos clássicos da Busca Espiritual. Conhecido como um dos mais belos textos sobre o “Amor” que se tem noticia. Uma obra que independe de religião ou credo, porque retrata um sentimento universal.

Um jovem e desconhecido missionário, chamado Henry Drummond, recebeu o convite de um famoso e consagrado Pastor para substitui-lo a pregar diante de uma platéia em um Jardim na cidade de Kent, na Inglaterra. Mesmo com o desapontamento da multidão que vinham de longe para escutar as palavras do Pastor, o jovem pediu uma bíblia emprestada de um dos presentes e recitou a Carta que Paulo escreveu aos Coríntios: “Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver amor, serei como o bronze que soa, ou como o címbalo que retine (...)”.

O missionário faz sua pregação com base na Carta de Paulo. Dentro deste contexto ele detalha a coisa mais importante da existência do homem, o amor. Considera cada frase descrita por Paulo: “Ainda que eu tenha tamanha fé, (...) se não tiver amor, nada serei.” Ponto chave de sua pregação, o amor sobrevive a tudo. “o amor é o segredo da vida”.

Em cima das comparações de Paulo, demonstra porque o amor é maior que todas as outras virtudes, explica que as inúmeras virtudes existentes são apenas expressão do amor. A seguir considera que o amor é composto de ingredientes essenciais; a cada um desses ingredientes aprofunda-se com detalhes.

O leitor é levado a viajar por entre o “Dom Supremo”, e como cita o autor: “(...) Não é apenas um Dom em si, mas a soma de várias atitudes e palavras de nosso dia-a-dia.” Adiante, ainda faz mais uma consideração: “Melhor não viver que não amar”. Analisa o amor e seus ingredientes como parte do homem, faz florescer o objetivo da vida que é aprender amar, e para se aprender esta tão sublime lição deve-se pratica-la.

A leitura desta obra incentiva o gênero humano a trazer o amor para dentro de si, copiar os que aprenderam a amar. Através deste Dom, se derrete o mal que existe no coração do homem. O amor está presente como o Dom Supremo, porque ele permanece, enquanto as coisas acabam. Os escritos afirmam: “O Amor nunca falha e a vida não falhará enquanto houver Amor”.

Drummond de maneira original faz um convite na busca do amor dentro de cada ser humano: “Seja qual for sua crença, ou fé, busquem primeiro o Amor. Ele esta aqui, existindo agora, neste momento. O pior destino de um homem é viver sozinho sem amar e sem ser amado. O poder da vontade não transforma o homem. O tempo não transforma o homem. O Amor transforma”.

A obra, com mais de cem anos de existência, revela por meio da Carta de Paulo, que o amor está além das crenças e do tempo. Um verdadeiro clássico que descreve as palavras de Paulo com esmo. Aprofunda-se no bem mais precioso, no maior tesouro, na mais bela imagem, no mais doce paladar, no maior sentimento e emoção. Ao destrinchar das palavras o leitor certamente será levado a refletir sobre sua maneira de amar.

No entanto, “Dom Supremo” não ensina a amar, ele mostra caminhos, sugere, explica, mas ensinar a amar é impossível, como diz o missionário: “amar é um aprendizado”, e só se aprende na prática, caminhando de encontro a tudo o que é contrário ao amor, e deixar florescer dentro de si, cultivando-o.

O sermão de Henry tornou-se histórico, por acrescentar, somar e multiplicar o verdadeiro amor, modificando milhares de vidas.

segunda-feira, 23 de abril de 2007

A Mídia Como Poder de Informação e Desinformação


A mídia tem grande influência na vida da sociedade. Ao mesmo tempo em que tem o poder de informar, também desinforma; ou seja, manipula. Uma das teorias utilizados através dos meios de comunicação é a teoria da persuasão, e nem sempre esta forma de persuadir é a mais favorável.
Na atualidade é comum assistir programas de televisão que restringem a capacidade que o homem tem de pensar e existem muitos conteúdos inadequados na internet e em outros meios de comunicação.

A mídia tem seu papel de informar, educar, formar a sociedade para a consciência e execução de sua cidadania. Não se deve generalizar e afirmar que só existam conteúdos manipuladores, ainda encontra-se em muitos jornais diários, revistas, rádio, televisão e internet, notícias que nos interessam e mantêm-nos informados da atualidade; informações que abri-nos um leque de conhecimento e está além de todas as épocas na história da comunicação.

No entanto, há uma quantidade de material disponibilizado nos meios de comunicação que não passa de sensacionalismo. A mídia além do papel de informar, tornou-se uma fabrica que vende tudo o que se pode imaginar, faz sugestões indecentes, desvirtua o pensamento, as normas de bem viver, estagnando a mente humana. Contraria seu principio que é informar e segue um caminho de desinformação.

É necessário que o público faça uma avaliação de tudo o que é veiculado para não cair na armadilha de ser manipulado. O jornalismo sério, responsável e preocupado positivamente com seu público é o encarregado de fazer esta conscientização. Com o poder que os meios de comunicação têm em alcançar os mais variados públicos, lhe é concedido o poder de educar e informar, usando da exatidão para rebater a deformação da mídia; então, é preciso muita consciência para mudar esta realidade que atrasa e destrói a mente humana.