terça-feira, 12 de junho de 2007

CRÍTICA


Livro "O Dom Supremo"


O livro “O Dom Supremo”, intitulado originalmente como “The Greatest Thing In The World”, foi publicado pala primeira vez no ano de 1890, escrito por Henry Drummond, missionário dedicado ao ensino de Ciências Naturais, nascido em Stirling, na Grã-Bretania, em 1851. A obra trata de um sermão pronunciado por Drummond, no final do século XIX. Traduzido e adaptado em 1991 por Paulo Coelho, escritor brasileiro, por meio da Editora Rocco, RJ.

O livro traduzido em diversas línguas, com mais de cinco milhões de exemplares vendidos em todo o mundo, é considerado junto com “Imitação de Cristo”, de Kempis, e “Confissões”, de Santo Agostinho como um dos clássicos da Busca Espiritual. Conhecido como um dos mais belos textos sobre o “Amor” que se tem noticia. Uma obra que independe de religião ou credo, porque retrata um sentimento universal.

Um jovem e desconhecido missionário, chamado Henry Drummond, recebeu o convite de um famoso e consagrado Pastor para substitui-lo a pregar diante de uma platéia em um Jardim na cidade de Kent, na Inglaterra. Mesmo com o desapontamento da multidão que vinham de longe para escutar as palavras do Pastor, o jovem pediu uma bíblia emprestada de um dos presentes e recitou a Carta que Paulo escreveu aos Coríntios: “Ainda que eu fale as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver amor, serei como o bronze que soa, ou como o címbalo que retine (...)”.

O missionário faz sua pregação com base na Carta de Paulo. Dentro deste contexto ele detalha a coisa mais importante da existência do homem, o amor. Considera cada frase descrita por Paulo: “Ainda que eu tenha tamanha fé, (...) se não tiver amor, nada serei.” Ponto chave de sua pregação, o amor sobrevive a tudo. “o amor é o segredo da vida”.

Em cima das comparações de Paulo, demonstra porque o amor é maior que todas as outras virtudes, explica que as inúmeras virtudes existentes são apenas expressão do amor. A seguir considera que o amor é composto de ingredientes essenciais; a cada um desses ingredientes aprofunda-se com detalhes.

O leitor é levado a viajar por entre o “Dom Supremo”, e como cita o autor: “(...) Não é apenas um Dom em si, mas a soma de várias atitudes e palavras de nosso dia-a-dia.” Adiante, ainda faz mais uma consideração: “Melhor não viver que não amar”. Analisa o amor e seus ingredientes como parte do homem, faz florescer o objetivo da vida que é aprender amar, e para se aprender esta tão sublime lição deve-se pratica-la.

A leitura desta obra incentiva o gênero humano a trazer o amor para dentro de si, copiar os que aprenderam a amar. Através deste Dom, se derrete o mal que existe no coração do homem. O amor está presente como o Dom Supremo, porque ele permanece, enquanto as coisas acabam. Os escritos afirmam: “O Amor nunca falha e a vida não falhará enquanto houver Amor”.

Drummond de maneira original faz um convite na busca do amor dentro de cada ser humano: “Seja qual for sua crença, ou fé, busquem primeiro o Amor. Ele esta aqui, existindo agora, neste momento. O pior destino de um homem é viver sozinho sem amar e sem ser amado. O poder da vontade não transforma o homem. O tempo não transforma o homem. O Amor transforma”.

A obra, com mais de cem anos de existência, revela por meio da Carta de Paulo, que o amor está além das crenças e do tempo. Um verdadeiro clássico que descreve as palavras de Paulo com esmo. Aprofunda-se no bem mais precioso, no maior tesouro, na mais bela imagem, no mais doce paladar, no maior sentimento e emoção. Ao destrinchar das palavras o leitor certamente será levado a refletir sobre sua maneira de amar.

No entanto, “Dom Supremo” não ensina a amar, ele mostra caminhos, sugere, explica, mas ensinar a amar é impossível, como diz o missionário: “amar é um aprendizado”, e só se aprende na prática, caminhando de encontro a tudo o que é contrário ao amor, e deixar florescer dentro de si, cultivando-o.

O sermão de Henry tornou-se histórico, por acrescentar, somar e multiplicar o verdadeiro amor, modificando milhares de vidas.